A pré-eclâmpsia (PE), uma condição que representa alto risco na gravidez. Ela é uma das principais causas de morbidade materna e perinatal no Brasil e a segunda maior no mundo, de acordo com estudos de instituições como a Unicamp e a Fiocruz. Para se ter uma ideia da gravidade, a PE é responsável por cerca de 25% de todos os óbitos maternos no Brasil. Também acomete 16% das gestações no mundo, contribuindo para aproximadamente 60.000 mortes maternas e mais de 500.000 nascimentos prematuros a cada ano. Esses dados reforçam a importância de um pré-natal adequado, com identificação precoce e manejo eficaz da pré-eclâmpsia. Essas medidas visam mitigar os riscos associados às gestações de alto risco.
A prevenção é, portanto, a estratégia mais recomendada, não apenas para casos de eclâmpsia, mas também para outras complicações graves durante a gestação. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), 830 mulheres morrem de causas evitáveis relacionadas à gravidez e ao parto em todo o mundo. Mais de 99% delas em países pobres ou em desenvolvimento, destacando a desigualdade no acesso à saúde.
Por isso, a OMS estabeleceu como meta global reduzir a taxa de mortalidade materna até 2030. Para isso, incentiva iniciativas que incluem ampliar o acesso aos serviços de saúde, promover o planejamento familiar e adotar hábitos de vida saudáveis. O trabalho conjunto entre governos, organizações e profissionais de saúde é essencial para alcançar esse objetivo e salvar vidas.
O alto risco na gestação
A ginecologista Amanda Kanaciro Correa Cruz, membro corpo clínico e plantonista do Neocenter, explica que a gestação é um fenômeno fisiológico e a maior parte dos casos se dá sem intercorrências. “Porém, em pequenas parcelas das mulheres pode haver complicações, ou por alguma doença materna ou mesmo patologia do bebê”. Conforme explica, “uma gravidez de alto risco é aquela que gera algum risco de morbidade ou mortalidade ao binômio feto-mãe”.
Causas – Segundo a médica, as causas principais são: doenças maternas prévias à gestação, como a hipertensão, a obesidade, o diabetes, as doenças tireoidianas, as doenças autoimunes, as doenças hematológicas e a asma. Ela salienta ainda, dentre as doenças maternas que surgem na gravidez e que entram para o grupo de alto risco, “podemos citar a hipertensão que surge na gestação, podendo culminar na pré-eclâmpsia, o diabetes – que também pode surgir somente na gravidez, as doenças infecciosas, por exemplo, a toxoplasmose, as implantações inadequadas de placenta, como a placenta prévia, além de histórico ruim de gestações anteriores, como aborto de repetição e partos prematuros prévios. Algumas intercorrências fetais também entram neste grupo. Entre elas podemos citar bebês que crescem pouco, intraútero, as más formações fetais e as gestações múltiplas”.
Sobre os extremos de idade das mães, a ginecologista do Neocenter informa que são fatores de risco para as doenças gestacionais. “Os principais riscos para a mãe/feto, estão a mortalidade materna e do bebê. Algumas causas da gravidez de alto risco são evitáveis e “outras, infelizmente, não, pois são inerentes à gestação”, alerta.
A pré-eclâmpsia e a gravidez de alto risco
Pré-eclâmpsia – Está entre as principais causas da gravidez de alto risco. Conforme a Dra. Amanda explica, a pré-eclâmpsia é uma condição da paciente caracterizada pela elevação de pressão arterial após 20 semanas de gestação, associada à perda de proteína na urina e/ou outras alterações laboratoriais que indicam lesões em órgãos como, o rim e fígado, ou crescimento inadequado do bebê.
“Muitos são os mecanismos de surgimento da pré-eclâmpsia, mas, especialmente, a placentação inadequada que por vezes pode estar ligada a fatores genéticos e hereditários”. Entre os fatores que podem levar à pré-eclâmpsia, estão: histórico da gestante, como se tiver algum fator de risco conhecido como pré-eclâmpsia em gestação anterior, se já for hipertensa, se for obesa, se tiver mais de 40 anos ou tiver alguma combinação de fatores genéticos e alterações ultrassonográficas. “Com esses dados podemos usar medicações e suplementações. Mas o diagnóstico e o acesso à informação aos serviços de saúde são como na maioria das doenças, melhor forma de prevenção”.
Entre as formas de controlar a pré-eclâmpsia está o controle da pressão arterial, a avaliação cuidadosa dos exames laboratoriais e avaliação fetal regular, e, por vezes, até mesmo interrompendo a gestação. Mesmo que algumas vezes, prematuramente”.
A médica do Grupo Neocenter destaca que após o parto a maioria das mães que vive o risco de pré-eclâmpsia volta a ter uma saúde normal. “É uma excelente oportunidade de indicarmos um saudável estilo de vida, com alimentação adequada e a prática de exercícios físicos”, pontua.
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Pesquisas e novos tratamentos para a pré-eclâmpsia
Avanços – Quanto aos avanços do tratamento, a Dra. Amanda destaca que “as pesquisas hoje são promissoras e estão sempre trazendo novas descobertas. Estudos para entender melhor as características das doenças e suas formas de prevenção, ou mesmo controle precoce dessas doenças, avançam constantemente, haja vista o que se sabe hoje sobre a prevenção de pé- eclampsia, o uso de medicamento como AAS, a suplementação de cálcio e os rastreios genéticos”, mas, o mais importante, alerta a médica, é que assim que diagnosticada a gestação, a futura mãe deve procurar rapidamente o médico de sua confiança para que ele estratifique o risco da gestação e, caso necessário, a encaminhe ao pré-natalista de alto risco”, conclui.
Sobre o Neocenter
O Neocenter é o mais tradicional grupo de Medicina Intensivista Neonatal e Pediátrica de Minas Gerais com mais de 30 anos de história. Pioneiro na implantação de diversas modalidades terapêuticas utilizadas na assistência intensiva aos recém-nascidos e crianças, o grupo já atendeu a mais de 30 mil pacientes com resultados parametrizados por organizações de referência nacionais e internacionais.
Atualmente o Grupo possui três unidades: o Neocenter Maternidade, o Neocenter Felício Rocho – onde é responsável pela UTI Neonatal e Pediátrica do hospital e a Sede Administrativa.
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