Celebrado no dia 17 de setembro, o Dia Mundial de Segurança do Paciente tem o intuito de promover ações para prevenir danos evitáveis aos pacientes durante a prestação de cuidados médicos. A data, instituída pela Organização Mundial da Saúde, conta com o apoio de profissionais, organizações e pacientes busca a garantia de condutas mais seguras e de qualidade nos cuidados de saúde.
O tema, que é importante para a área médica, é também de extrema relevância para o conhecimento da população, já que se refere às medidas e práticas implementadas no sistema de saúde para garantir que os pacientes recebam cuidados de qualidade sem sofrer com resultados de incidentes que poderiam ser prevenidos. O que envolve, por exemplo, evitar erros médicos, infecções hospitalares e administração inadequada de medicamentos.
De acordo com a enfermeira, coordenadora da Qualidade e membro do Núcleo de Segurança do Neocenter, Vitória Fraga “a segurança do paciente inclui a implementação de protocolos, treinamentos, procedimentos padronizados e uma cultura de comunicação aberta entre os profissionais de saúde, com o objetivo de minimizar riscos e garantir a melhor qualidade de atendimento possível”. Para isso, existem várias ferramentas e estratégias, como, por exemplo:
- Checklists de Cirurgia Segura: listas de verificação que os profissionais de saúde seguem antes, durante e após os procedimentos cirúrgicos para evitar erros e garantir que todas as etapas críticas sejam cumpridas.
- Identificação do Paciente: uso de pulseiras, etiquetas ou sistemas eletrônicos para garantir que os pacientes sejam identificados corretamente, recebam o tratamento adequado e evitem confusões.
- Notificação de Eventos Adversos: sistemas para relatar e investigar eventos adversos, erros médicos ou situações de risco, a fim de aprender com esses incidentes e prevenir recorrências.
- Administração Segura de Medicamentos: uso de tecnologias como leitura de códigos de barras e sistemas eletrônicos para garantir que os pacientes recebam a medicação correta, e na dose apropriada.
- Higienização das Mãos: higienização rigorosa das mãos para prevenir infecções hospitalares.
Estratégias
“Garantir a segurança do paciente em um sistema de saúde pode ser um desafio, mas, ainda, é possível implementar medidas para melhorar a situação”, pontua a especialista, ao destacar algumas estratégias que podem ajudar:
- Priorizar a Comunicação: estabelecer uma comunicação clara e aberta entre os profissionais de saúde é essencial. Isso ajuda a identificar riscos, compartilhar informações sobre os pacientes e coordenar os cuidados de forma mais eficaz.
- Foco em Treinamento: investir em treinamento contínuo para profissionais de saúde, mesmo com recursos limitados. Isso pode incluir sessões de reciclagem sobre práticas de segurança, administração de medicamentos e procedimentos padronizados.
- Uso Inteligente de Recursos: embora os recursos possam ser limitados, a alocação inteligente deles pode melhorar a segurança. Isso inclui a distribuição adequada de pessoal, materiais e equipamentos.
- Monitoramento e Notificação de Eventos Adversos: mesmo em um sistema debilitado, implementar um sistema de notificação e investigação de eventos adversos pode ajudar a aprender com erros passados e evitar repetições, entre outras ferramentas.
Aumento da conscientização
De acordo com a coordenadora, “podemos considerar que a criação do dia Mundial de Segurança do Paciente aumentou a conscientização sobre a importância desse tema, tanto entre os profissionais de saúde, quanto entre os pacientes, assim como a implementação de regulamentações e diretrizes mais rigorosas pode ter incentivado também os prestadores de cuidados de saúde a adotar práticas mais seguras”.
É importante ressaltar ainda, acrescenta, que “a participação no Dia Mundial da Segurança do Paciente pode ter permitido que profissionais de saúde brasileiros se conectassem com especialistas internacionais e aprendessem com melhores práticas em outros países. Da mesma forma, a promoção da cultura de notificação de eventos adversos pode ter levado a uma maior transparência sobre erros médicos e ações para preveni-los”, finalizou.
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