Introdução
O plano de parto é uma ferramenta essencial que permite à gestante expressar suas preferências e expectativas para o momento do nascimento do seu bebê. Além de promover o protagonismo feminino, ele contribui para uma assistência mais segura, respeitosa e centrada na mulher.
Por que fazer um plano de parto?
Reconhecido pelo Ministério da Saúde como um direito da gestante, o plano de parto deve ser elaborado durante o pré-natal, em conjunto com o profissional de saúde. Esse documento deve ser apresentado à equipe que estará presente durante o parto. O documento é uma forma de alinhar expectativas, garantir a autonomia da mulher e evitar intervenções desnecessárias. Isto é, seu parto, suas escolhas.

Dados relevantes sobre o parto no Brasil
Apesar dos avanços nas políticas de humanização, o Brasil ainda apresenta altos índices de intervenções obstétricas. Veja os dados mais recentes:
- Cesarianas: estima-se que mais de 50% dos partos realizados em serviços públicos e mais de 80% na rede privada no país são cesarianas. A estimativa é baseada no último levantamento do Ministério da Saúde, feito em 2022. Essa estimativa é muito acima dos 10 a 15% recomendados pela Organização Mundial da Saúde (OMS).
- Parto normal com intervenções: os partos vaginais no Brasil ainda envolvem altas taxas de intervenção médica, como ocitocina, manobras, analgesia ou episiotomia, mesmo sem indicação clara.
Esses dados reforçam a importância do plano de parto como estratégia de empoderamento e segurança.
Confira alguns temas abordados no plano de parto:
- Episiotomia e lacerações:
A episiotomia, corte realizado no períneo durante o parto, não deve ser feita de forma rotineira. A OMS recomenda que seja realizada apenas quando estritamente necessário.
Dica: pergunte ao (a) obstetra sobre massagem perineal. Ela é indicada, em alguns casos, a partir da 37° semana de gestação, para alongamento e fortalecimento da região perineal. Diversos estudos científicos e ensaios clínicos de todo o mundo apontam que a técnica pode reduzir de 20% a 30% o risco de laceração ocasionado pela falta de flexibilidade e força do períneo durante a fase expulsiva do parto.
- Alimentação durante o trabalho de parto:
Permitir que a gestante se alimente durante o trabalho de parto pode ser benéfico, desde que não haja contraindicações médicas. A restrição alimentar deve ser avaliada caso a caso. - Uso de ocitocina:
A administração de ocitocina deve ser criteriosa. Seu uso indiscriminado pode levar a complicações. A OMS orienta que seja utilizada apenas quando necessário . - Hora de Ouro:
O contato pele a pele imediato entre mãe e bebê, conhecido como Hora de Ouro, é fundamental para o vínculo afetivo e o sucesso da amamentação. Deve ser incentivado sempre que possível.
Plano de parto também é um documento educativo
Segundo Vanessa Fenelon da Costa, ginecologista-obstetra e diretora clínica do Neocenter Maternidade, além de orientar a equipe sobre as preferências da parturiente, o plano de parto pode servir como um guia, para a gestante buscar orientações sobre diversas questões que inicialmente podem ser desconhecidas de quem se prepara para a chegada do seu bebê. “Embora o acesso à informação tenha aumentado consideravelmente para as gestantes nas últimas décadas, certas questões são muito técnicas. Por isso, pode ser que essa mãe ainda nem saiba sobre o assunto a ponto de fazer uma pesquisa sobre ele ou consultar o ginecologista obstétrico. Por isso, eu falo que a gestante precisa ler ponto a ponto do Plano de Parto com muita atenção, antes mesmo de preencher. Recomendo o preenchimento apenas depois de ter todas as suas dúvidas esclarecidas”, revela Dra Vanessa.
A especialista aprofundou um pouco mais alguns dos pontos do Plano de Parto. Confira:
- Acompanhantes
A presença de pessoas de confiança da gestante durante o parto é fundamental para oferecer apoio emocional e segurança. No plano de parto, é possível indicar quem ela deseja ao seu lado — seja o(a) parceiro(a), mãe, doula ou outro acompanhante — tanto no trabalho de parto quanto no pós-parto imediato. A presença da doula e de um familiar é permitida.
- Posições para o parto
A liberdade de movimentação e a escolha da posição de parto contribuem para o conforto e a progressão natural do trabalho de parto. A gestante pode expressar, no plano, o desejo de experimentar posições como, sentada, de cócoras, de lado, de quatro apoios ou mesmo em pé. Estudos mostram que posições verticais facilitam a descida do bebê e reduzem o tempo de parto.
- Métodos não farmacológicos de alívio da dor
O plano de parto permite que a gestante escolha estratégias naturais de manejo da dor, como banho morno, uso da bola suíça, massagens, compressas quentes, aromaterapia e técnicas de respiração e relaxamento. Esses recursos promovem o conforto físico e emocional, podendo inclusive reduzir a necessidade de medicamentos. Vale dizer que nem todos os métodos estão disponíveis nas maternidades, mas o Neocenter Maternidade foi uma das primeiras instituições de Belo Horizonte a ter salas pré-parto amplas que favorecem o uso de várias dessas técnicas. Saiba mais aqui.
- Métodos farmacológicos de alívio da dor
Além dos métodos naturais, a gestante pode manifestar sua disposição (ou não) para o uso de medicamentos analgésicos, como a anestesia peridural ou raquidiana. O plano de parto ajuda a alinhar essas preferências com a equipe médica, garantindo que as opções farmacológicas sejam utilizadas de forma ética, segura e apenas quando realmente desejadas ou necessárias.
- Intervenções médicas
É importante que a mulher seja informada sobre os procedimentos médicos que podem ser utilizados durante o parto e que possa decidir, sempre que possível, sobre sua realização. Isso inclui indução do parto com ocitocina (como já aprofundado acima), ruptura artificial da bolsa, uso de fórceps, manobras e episiotomia. O plano de parto deve deixar claro que a gestante deseja ser consultada previamente sobre qualquer intervenção.
- Cuidados com o recém-nascido
Logo após o nascimento, é possível garantir práticas que favorecem o vínculo e a adaptação do bebê, como o contato pele a pele imediato, amamentação na primeira hora de vida (Hora de Outo) e o clampeamento tardio do cordão umbilical. Esses itens podem ser incluídos no plano para que a equipe atue conforme os desejos da família, sempre respeitando a saúde e bem-estar do bebê.
- Preferências para a sala de parto
Pequenos detalhes no ambiente também podem fazer grande diferença. A gestante pode registrar no plano suas preferências quanto à iluminação (mais suave ou natural), música ambiente, silêncio, número mínimo de profissionais presentes e o uso de celular ou registros fotográficos. Isso contribui para uma experiência mais íntima e tranquila.
- Recomendações em caso de cesariana
Mesmo que o desejo seja pelo parto normal, é importante prever uma eventual cesariana e registrar vontades específicas, como a presença do acompanhante na sala cirúrgica, a realização de contato pele a pele logo após o nascimento, o início da amamentação ainda na sala de recuperação e o uso de campos cirúrgicos transparentes ou abaixamento do campo para que a mãe possa ver o bebê nascer.
Maternidades intervencionistas x maternidades humanizadas
Maternidades com modelo assistencial mais intervencionista tendem a adotar rotinas padronizadas, muitas vezes com procedimentos desnecessários como episiotomias e uso rotineiro de ocitocina, sem que ocorra indicação para tal. Já as maternidades com práticas humanizadas, como o Neocenter, colocam a gestante no centro do cuidado, respeitando sua autonomia, fisiologia e protagonismo.
Optar por instituições com políticas de parto humanizado reduz intervenções, melhora a experiência da mulher e favorece o vínculo com o bebê.
Você já procurou saber os índices de parto natural, normal e cesarianas da maternidade em que você deseja ter o seu bebê? Aqui no Neocenter, em 2023, 57% dos partos foram vaginais, superando as expectativas quando comparados a outras maternidades da rede privada de todo o Brasil. Lembrando que, em muitos casos a cesariana é uma escolha da mulher e não uma necessidade clínica.
Uma experiência de parto segura, positiva e respeitosa
O parto é um momento intenso e marcante. Quando bem assistido, pode ser uma experiência transformadora. Garantir um ambiente seguro, apoio contínuo, respeito às decisões da mulher e intervenções apenas quando necessárias são elementos-chave para uma experiência de parto positiva. A OMS reforça que o cuidado respeitoso é parte essencial da qualidade na assistência obstétrica.
Neocenter Maternidade: acolhimento e estrutura pensados para você
No Neocenter Maternidade, a gestante encontra uma estrutura preparada para acolher, respeitar e garantir segurança.
Salas de pré-parto: amplas, individuais, com bola, piscinas, banqueta de parto, cama articulada, ar-condicionado e estrutura para acompanhante;
Salas de parto humanizado: ambiente acolhedor com iluminação suave, suporte tecnológico e equipe treinada em boas práticas obstétricas;
Acomodações: quartos privativos, confortáveis, com espaço para o acompanhante e cuidados humanizados para o recém-nascido. Até nossos quartos de enfermaria são suítes individuais!
Equipe capacitada: nossa equipe multidisciplinar é treinada para adotar a Hora de Ouro, estimular a amamentação, respeitar as escolhas das parturientes e orientar sempre que necessário.
Aqui, a mulher tem voz ativa e é acompanhada por uma equipe que valoriza o nascimento como um momento único e transformador.
Conclusão
Elaborar um plano de parto é uma escolha consciente que reforça a autonomia da gestante e favorece uma experiência mais segura e respeitosa. No Neocenter Maternidade, o plano de parto é gratuito e reforça o compromisso da instituição com o cuidado humanizado e centrado na mulher.