Lei do Luto Parental: Neocenter já é referência em acolhimento humanizado

Postado na categoria Artigos em e atualizado em 14 de agosto de 2025


Lei do Luto Parental: mudanças no cuidado e acolhimento das famílias enlutadas – sancionada em 23 de maio de 2025 e publicada no Diário Oficial da União em 26 de maio de 2025, a Lei 15.139/2025 institui a Política Nacional de Humanização do Luto Materno e Parental, que passa a vigorar a partir de 25 de agosto de 2025. A partir da data, todos os hospitais brasileiros serão obrigados a adotar protocolos humanizados para acolher famílias que enfrentam perdas gestacionais, fetais ou neonatais. A legislação garante respeito, escuta ativa e suporte integral em um dos momentos mais dolorosos da vida.

Para o Grupo Neocenter, essa realidade não é novidade: há décadas a instituição é referência nacional em acolhimento humanizado e medicina intensiva neonatal, praticando o que agora se torna lei.

O que a Lei do Luto Parental prevê para hospitais?

A legislação determina medidas que transformam a forma como o luto parental é tratado nas maternidades brasileiras. Entre as diretrizes obrigatórias estão:

  • Acomodação separada para famílias enlutadas, longe de ambientes festivos.
  • Presença garantida de um acompanhante, inclusive em casos de natimorto.
  • Direito a despedida em ambiente adequado e acolhedor.
  • Registro simbólico do bebê, valorizando sua existência.
  • Apoio psicológico pós-alta, para auxiliar no enfrentamento do luto.
  • Assistência social para orientar sepultamento ou cremação.
  • Investigação médica das causas da perda, quando necessário.
  • Capacitação profissional e campanhas de conscientização sobre o tema.

Outro ponto importante: outubro passa a ser oficialmente o Mês do Luto Gestacional, Neonatal e Infantil, fortalecendo o debate e ampliando a visibilidade do acolhimento no luto parental.

Essas medidas representam um avanço cultural e ético, rompendo com o silêncio histórico em torno da perda perinatal e neonatal.

Grupo Neocenter: pioneiro em protocolos humanizados no luto parental

Muito antes da promulgação da Lei, o Grupo Neocenter – presente em Belo Horizonte com o Neocenter Maternidade e a unidade Neocenter Felício Rocho, além de ter atuado em outras instituições materno-infantis ao longo de 32 anos – já seguia práticas alinhadas e até mais abrangentes que as novas exigências legais.

Todas as medidas previstas pela lei já fazem parte da rotina da nossa maternidade. “Em junho de 2025, durante auditoria da Unimed, o Neocenter Maternidade foi reconhecido por possuir protocolos consolidados que superam os critérios previstos na lei.”, afirma  — Raquel Braga, Coordenadora de Hospitalidade do Neocenter Maternidade.

Um exemplo é um protocolo de assistência à família com perda gestacional, criado em 2022 pelo Neocenter Maternidade e atualizado em 2025, que orienta cada etapa do acolhimento com foco no respeito e na dignidade.

Identificação e acolhimento inicial

  • A paciente é identificada com uma pulseira verde e rosa já na triagem.
  • A família é direcionada para um quarto reservado, sem pressa para tomar decisões, proporcionando privacidade e momentos de intimidade.
    A porta do quarto recebe um bastidor com uma rosa bordada, sinal de que ali está internada uma “família de anjo”.
  • O berço é retirado do ambiente, evitando gatilhos dolorosos.

Momentos de despedida e rituais

  • O tempo com o bebê é definido pela própria família, sem imposições.
  • Quando desejado, os pais podem vestir o bebê e receber visitas escolhidas por eles.
  • O bebê é chamado pelo nome, sempre que houver, como forma de validar sua existência.
  • É oferecida a Caixa de Memórias Afetivas, que pode conter impressão dos pés, mecha de cabelo, anjinho artesanal, pulseira, carta e outros itens significativos.

Apoio prático e legal

  • Assistência social para orientar trâmites legais de sepultamento ou cremação.
  • Quando possível, viabiliza-se a presença da mãe em funeral ou sepultamento, mesmo durante internação, pois essa vivência pode favorecer um luto mais saudável.

Apoio psicológico contínuo

  • Encaminhamento de mãe, pai e familiares para acompanhamento psicológico pós-alta, preferencialmente em casa ou na unidade de saúde mais próxima.
  • Acompanhamento pautado na escuta ativa e na validação emocional, prevenindo complicações como depressão, TEPT ou luto prolongado.

“Nosso cuidado vai além da técnica: é a criação de um espaço seguro para que a dor possa ser falada, chorada e transformada em memória de amor.”
— Sheila Cordeiro, psicóloga hospitalar do Neocenter Felício Rocho

Atendimento humanizado: identificação correta, equipe preparada e respeito ao luto

No Neocenter, a individualização do atendimento e a identificação correta evitam situações traumáticas, como felicitações inadequadas ou abordagens invasivas nos quartos.

“O acolhimento exige sensibilidade. Orientamos nossos profissionais para que nada seja feito de forma automática. Até a entrada no quarto requer delicadeza. Esse momento não pede parabéns, pede presença e respeito.”
Raquel Braga, Coordenadora de Hospitalidade do Neocenter Maternidade

Caixa de Memórias: ritos que eternizam o amor e ajudam no luto

A equipe do Neocenter oferece ritos simbólicos que auxiliam na ressignificação da despedida. A Caixa de Memórias reúne:

  • carta escrita em nome do bebê;
  • toquinha usada;
  • pulseira de identificação;
  • anjinho artesanal;
  • e, quando possível, uma mecha de cabelo.

Esses objetos se tornam símbolos de amor eterno, ajudando os pais a manter viva a memória do bebê.

“Nosso cuidado vai além do atendimento: é uma homenagem ao amor que permanece. Mesmo em sua breve passagem, cada ‘bebê anjo’ deixa sua luz e seu amor para sempre.”
Raquel Braga

O olhar da psicologia: acolher é permitir que a dor fale

A perda perinatal e neonatal é reconhecida pela psiquiatria e pela psicologia clínica como fator para o desenvolvimento de depressão, ansiedade ou outros sintomas psicológicos intensos. Pode, ainda, desencadear o transtorno de estresse pós-traumático (TEPT) e afetar as famílias mesmo após um ano da perda.

Segundo o Modelo de Duplo Processo de Luto (Stroebe & Schut, 1999), o enfrentamento saudável ocorre pela alternância entre:

  • Orientação para a perda: vivência da dor, aceitação e processamento emocional;
  • Orientação para a restauração: retomada de tarefas e reconstrução do sentido da vida.

Quando fatores como histórico familiar, apego inseguro e falta de suporte social impedem essa evolução, pode surgir o luto prolongado. Esse quadro é caracterizado pela profunda dor que impede que a pessoa ou familiar consiga retomar a vida. Por tanto, a abordagem de protocolos humanizados fazem a diferença para evitar esse tipo de colapso emocional e social.

Práticas psicológicas aplicadas no Neocenter

O Neocenter adota práticas baseadas em evidências científicas, incluindo:

  • escuta ativa e validação emocional;
  • criação de ritos simbólicos, reconhecidos como benéficos para a ressignificação do luto;
  • acompanhamento psicológico pós-alta, prevenindo complicações emocionais como TEPT.

As práticas do Neocenter partem da premissa que a perda de um filho é um processo marcante e doloroso e cada pessoa enfrenta essa experiência de uma maneira única. Porém, oferecer acolhimento é essencial neste momento e a nova legislação garante isto: escuta, apoio psicológico e uma despedida digna, cercada de respeito e carinho, algo que é realidade há anos no Neocenter. 

“A perda de um filho desafia o ciclo natural da vida. Criamos espaços onde a dor possa ser falada, chorada e ressignificada.”
Sheila Cordeiro, psicóloga hospitalar do Neocenter Felício Rocho

Lei do Luto Parental e o impacto das práticas psicológicas no luto

Pesquisas demonstram que intervenções psicossociais precoces, nas primeiras seis semanas após a perda, reduzem significativamente sintomas de luto complicado, depressão e ansiedade .

Esse dado confirma a eficácia do modelo aplicado pelo Neocenter há 32 anos: empatia, presença emocional e suporte contínuo.

Depoimentos emocionantes: quando o acolhimento transforma dor em força

O relato de Bárbara, mãe que enfrentou uma perda gestacional, resume o impacto do acolhimento humanizado:

“Passei por um momento terrível, mas todos foram extremamente humanos. Mesmo na dor, me senti acolhida. Espero voltar, e da próxima vez, para ganhar meu bebê arco-íris nesse lugar perfeito.”

Histórias como a de Thaís e Max, que perderam a pequena Lara Luíza, reforçam o significado desse cuidado:

“Infelizmente, nossa filha nos deixou após apenas quatro dias de vida. Uma dor imensurável. Mas, em meio à tristeza, encontramos pessoas que tornaram essa despedida menos fria, mais humana e cercada de amor.”

>> Clique aqui e confira aqui esse relato na íntegra.

Neocenter: mais do que cumprir a Lei do Luto Parental, uma missão

“A Lei do Luto Parental apenas reforça uma missão que já está no DNA do Neocenter: oferecer, além de suporte técnico, um vínculo de confiança e amparo para quem atravessa a dor mais profunda.”
Dr. Wagner Neder Issa, diretor-presidente do Grupo Neocenter

Conclusão: um Brasil que aprende a acolher com humanização e respeito

A Lei do Luto Parental inaugura uma nova era no cuidado hospitalar brasileiro. O exemplo do Neocenter demonstra que protocolos não são apenas normas: são gestos de amor que transformam a dor em memória e a perda em afeto.

Trâmites legais: o presidente Lula sancionou a lei no dia 23 de maio, e ela foi publicada no Diário Oficial da União no dia 26 de maio. A norma entrará em vigor após decorridos 90 (noventa) dias de sua publicação oficial.

>> Leia nosso post e entenda: o que pode causar perdas em gestações avançadas.

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