Coqueluche e recém-nascido: entenda os riscos e a importância da vacinação

Postado na categoria Artigos em e atualizado em 26 de setembro de 2024


A coqueluche, também chamada de “tosse convulsa”, é uma doença respiratória altamente contagiosa que pode ser grave, especialmente em recém-nascidos e bebês. Causada pela bactéria Bordetella pertussis, essa infecção é responsável por ataques de tosse severos que podem dificultar a respiração. Embora essa doença possa afetar pessoas de todas as idades, recém-nascidos e bebês estão entre os mais vulneráveis às complicações graves da coqueluche, tornando a prevenção e a vacinação essenciais desde cedo. A boa notícia? A vacinação é uma forma fácil de prevenir a doença.

Neste artigo vamos explorar o que você precisa saber sobre essa doença porque a vacinação é essencial para proteger seu bebê recém-nascido e as crianças.

Dra. Fernanda Lacerda, pneumologista pediátrica do Grupo Neocenter, orientou a elaboração deste artigo. Se preferir assistir à entrevista dela, clique aqui.

O que é a coqueluche?

A coqueluche é uma doença infecciosa que afeta principalmente as vias respiratórias, causando uma tosse intensa e característica, muitas vezes acompanhada por um som agudo ou guincho ao final das crises. Essa condição pode durar semanas e divide-se em três fases: catarral, paroxística e convalescente.
No início, os sintomas se assemelham a uma gripe comum—tosse leve, coriza e febre baixa. No entanto, com a evolução da doença, a tosse torna-se mais severa, persistente e pode comprometer gravemente a respiração, principalmente em bebês, cujos pulmões ainda estão em desenvolvimento.

Como a coqueluche afeta os recém-nascidos?

Nos recém-nascidos, a coqueluche é especialmente perigosa devido à fragilidade do sistema respiratório em formação. O mesmo ocorre em crianças com menos de dois anos, sendo os menores de um ano os mais afetados.

Isso ocorre devido à imaturidade do sistema imunológico, o que aumenta o risco de complicações graves, como descrito abaixo.

  • Apneia (pausas na respiração).
  • Cianose (pele azulada devido à falta de oxigênio).
  • Vômito após crises de tosse intensa.

Segundo a Dra. Fernanda Lacerda, pneumologista pediátrica do Grupo Neocenter, “os sintomas costumam ser mais graves nos menores de 1 ano, porque eles possuem uma estrutura muscular respiratória mais fraca e se cansam facilmente durante os acessos de tosse”. Muitos bebês podem apresentar falta de ar e até mesmo necessitar de internação para suporte respiratório.

Fases da coqueluche e sintomas em recém-nascidos

A coqueluche se desenvolve em três fases, e os sintomas variam ao longo do tempo. Entenda abaixo.

  • Fase Catarral: os sintomas iniciais são leves e podem se assemelhar a uma gripe, com tosse, coriza e febre. Nos recém-nascidos, essa fase muitas vezes passa despercebida, mas a infecção já está ativa.
  • Fase Paroxística: caracterizada por acessos intensos de tosse que podem durar semanas. Recém-nascidos podem apresentar uma tosse fraca, mas com episódios de guincho, acompanhados de dificuldades respiratórias. “Nessa fase, os pais geralmente buscam ajuda, pois a tosse se torna tão intensa que interfere na respiração e até na alimentação”, explica a Dra. Fernanda.
  • Fase de Convalescença: nessa etapa, os sintomas começam a melhorar, mas a tosse pode persistir por semanas. No caso dos recém-nascidos, as complicações podem ser mais duradouras, exigindo acompanhamento médico constante.

Transmissão e contágio: como a coqueluche se propaga

A contaminação com a coqueluche ocorre por meio do contato direto com secreções respiratórias de uma pessoa infectada, como saliva e gotículas liberadas durante a tosse ou espirro. Como resultado, essa é uma doença altamente transmissível. Esse fator torna essencial que as pessoas ao redor do bebê também estejam vacinadas, sobretudo pais, irmãos e até avós. Além disso, utensílios compartilhados, como copos e talheres, também podem ser veículos de transmissão.

Cuidados extras para proteger recém-nascidos

Como a transmissão da coqueluche ocorre pelo contato com gotículas de saliva, é fundamental adotar medidas de proteção, como listadas a seguir.

  • Evitar contato próximo com pessoas gripadas ou resfriadas.
  • Incentivar a vacinação de todos os membros da família e cuidadores.
  • Manter ambientes bem ventilados e higienizar as mãos com frequência.

Vacinação: a melhor defesa para recém-nascidos e demais grupos

A melhor forma de proteger recém-nascidos contra a coqueluche é por meio da vacinação. Ela é a forma mais segura e eficaz de garantir que essa doença, que pode ser tão severa em crianças pequenas, seja evitada.

O esquema de vacinação infantil contra a coqueluche, no Brasil, começa aos 2 meses de idade, com doses subsequentes aos 4 e 6 meses. Além disso, reforços são recomendados aos 15 meses e 4 anos, garantindo uma imunidade mais duradoura contra a doença.

As vacinas que protegem contra a coqueluche estão amplamente disponíveis no Sistema Único de Saúde (SUS) e em clínicas particulares. Confira abaixo quais são.
  • Vacina Pentavalente: contra difteria, tétano, coqueluche, hepatite B e Haemophilus influenzae tipo B.
  • Vacina Tríplice Bacteriana (DTPa): contra difteria, tétano e coqueluche.

Lembre-se de levar a caderneta de vacinação a cada visita ao pediatra e nos locais de aplicação de vacinas.

Vacinação de gestantes: proteção para recém-nascidos na barriga

A saúde do recém-nascido começa com prevenção. Isso porque as gestantes também devem ser vacinadas contra a coqueluche, preferencialmente entre a 27ª e 36ª semana de gestação. Há, ainda, casos de indicação a partir da 20ª semana de gestação. A avaliação deve ser feita pelo obstetra.

“A imunização da mãe transmite anticorpos para o bebê, oferecendo uma proteção passiva até que ele possa ser vacinado”, ressalta a Dra. Fernanda.

Quando procurar ajuda médica

Os primeiros sinais da coqueluche podem ser sutis, mas à medida que a doença avança, a tosse se torna mais intensa e perigosa, especialmente para os bebês. Procure ajuda médica imediatamente se o seu filho(a) apresentar:

  • Tosse persistente que dura mais de uma semana.
  • Dificuldade para respirar.
  • Mudança de cor na pele (arroxeada ou azulada) durante a tosse.
  • Vômito após os episódios de tosse.

“Se sua criança apresentar tosse que não melhora e sinais de dificuldade respiratória, como boquinha arroxeada, é superimportante buscar atendimento. Essa fase é a mais perigosa”, reforça Dra. Fernanda Lacerda.

Para esclarecer dúvidas sobre os sintomas da sua criança, como também em caso de outras urgências, procure o Pronto Atendimento Pediátrico (PA P) do Grupo Neocenter, disponível no Hospital Felício Rocho. Você conhecia essa novidade?

O Grupo Neocenter está no Neocenter Maternidade e no Neocenter Felício Rocho, além da nossa sede administrativa. Conheça em detalhes nossas unidades que concentram nossa expertise de mais de 30 anos de pioneirismo cuidando de gestantes, bebês e crianças. Saiba mais aqui.

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